Crianças
aprendem a plantar e colher alimentos e descobrem
que alface e beterraba são gostosas.
Foi
por meio da Dona Mandioca e do Senhor Mandioco
que as crianças ficaram sabendo que a
mandioca é uma raiz cultivada pelos índios,
muito nutritiva, com elevado valor energético
e gostosa de comer. Os personagens foram criados
pelos professores da Associação
de Apoio à Infância e Adolescência,
Nossa Turma, que, dentro da CEAGESP, realiza
ações de inclusão social
para crianças moradoras do entorno fora
do turno escolar. Dentro do projeto Escola do
Sabor, desenvolvido pela engenheira agrônoma
Anita Gutierrez, as crianças plantam
e colhem alimentos que normalmente são
rejeitados pelo seu paladar. “Foram escolhidos
alimentos que são difíceis de
agradar às crianças, como alface,
beterraba, escarola... O grande desafio foi
plantar batata-inglesa, produto difícil
de dar sem agrotóxico. Mas a nossa não
só cresceu como ficou saborosa”,
comemora o presidente da Associação,
Manoel da Silva Filho. Gabriela, de 11 anos,
diz que frequenta a turma “desde pequena”
e conta que o que mais gosta de comer é
“folha”. “É gostoso
e faz bem pra saúde”.
O
Escola do Sabor está inserida no trabalho
de consciência ambiental chamado Projeto
Brotar, desenvolvido pela equipe da Associação.
No Brotar os alunos recebem informações
sobre reciclagem, mas passaram por uma experiência
triste para aprender que não devem maltratar
as árvores. “No início,
em 2001, nós plantamos 60 mudas de árvores
em uma comunidade aqui perto. Todas foram arrancadas”,
relata Manoel. “Depois fomos plantar no
Parque Villa-Lobos e lá ninguém
arrancou. Mas temos de avançar mais”.
A
Associação nasceu em 1998 pelas
mãos de trabalhadores e comerciantes
da CEAGESP que receberam denúncias de
trabalho infantil, prostituição
e consumo de drogas pelas crianças que
circulavam no entorno. “Primeiro foi aberta
a escolinha de futebol, que até projetou
dois jogadores. Um joga em Trinidad e Tobago
(Caribe) e outro foi campeão sub-15 pelo
São Paulo, em 2009, e hoje joga no Caxias,
do Rio Grande Sul”, conta Manoel, ele
mesmo um permissionário e citado no livro
Heróis Invisíveis, de Gilberto
Dimenstein.
A
entidade cresceu e hoje oferece oficina de artes,
inclusão digital, reforço escolar,
educação infantil, aulas de balé,
além de fonoaudiólogo e acompanhamento
psicológico para mais de 500 crianças
e adolescentes. “Queremos ampliar as instalações
com mais salas, mas não temos verbas.
Seria bem-vindo o apoio do poder público
e da iniciativa privada”.
Associação
de Apoio à Infância e Adolescência,
Nossa Turma
Avenida Dr. Gastão Vidigal, 1.946, portão
8
Telefone 3832-3366
De segunda a sexta, das 7 às 17h
www.ceagesp.gov.br/social/nossaturma
Fonte
: Daqui Lapa Leopoldina - Edição
193 - Outubro/2013
Autor : SELMA VIANA
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