"Não
importa o quão estreito seja o portão
e quão repleta de castigos seja a sentença,
eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão
da minha alma". É difícil
mensurar quantas vezes esses versos foram repetidos
na literatura, no cinema ou em discursos inspiradores.
Mais
de um século após ser escrito,
o poema "Invictus", do britânico
William Ernest Henley continua fascinando e
influenciando pessoas em todo o mundo. Certamente,
Henley, o mais velho de seis filhos, não
imaginou que tanto tempo depois suas palavras
- escritas em 1875 - inspirariam um personagem
importante da história não só
da África, mas mundial: Nelson Mandela.
Quando
aprisionado em Robben Island, onde cumpria pena
de trabalhos forçados, o líder
sul-africano, símbolo da luta contra
o Apartheid, encontrou nas palavras de Henley
a esperança e a força necessárias
para manter-se vivo. Mandela conta que toda
vez que começava a esmorecer, lia e relia
o texto, em busca de um "companheiro"
para a dor. O professor de literatura inglesa
Marion Hoctor, em entrevista a CNN, explicou
que o poema representa o humanismo secular,
o espírito da época vitoriana,
a ascensão de Darwin e as ciências
como um desafio ao pensamento tradicional.
Invictus
Dentro
da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável
Sob
as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida
Mais
além deste lugar de lágrimas e
ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.
Não
importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.
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